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SALVATERRA É MESMO FIXE !

CONTRA OS TÊXTEIS CHINESES

Segundo a Rádio TSF, a União Europeia admite a hipótese de tomar medidas de salvaguarda se as exportações de têxteis chineses para a União Europeia aumentarem 10 por cento em relação a 2004.
Bruxelas está atenta, mas diz que ainda é cedo para fazer uma avaliação, porque o sistema de quotas acabou apenas há três meses.
O comissário europeu do Comércio afirma que os primeiros dados disponíveis sobre a entrada de têxteis chineses na União Europeia apontam para uma subida entre os dez e os 100 por cento em algumas categorias de produtos.
Peter Mandelson garante que se os próximos meses confirmarem estes números a Comissão Europeia vai abrir um inquérito informal junto das autoridades chinesas para que Pequim resolva o problema.
Bruxelas considera os primeiros dados meramente indicativos e quer ter a certeza dos números antes de avançar com procedimentos mais severos.
Criação de níveis de alerta
Para já a entrada de têxteis chineses no espaço dos 25 vai ser monotorizada, através da criação de níveis de alerta para os diferentes produtos têxteis.
A Associação de Têxteis de Portugal adianta que no final de Março os pedidos de licenças de importação têxteis chineses na União Europeiaatingiram os 17 mil milhões de euros, mais do que todos os pedidos feitos no ano passado.
O acordo de entrada da China na Organização Mundial do Comércio tem uma cláusula que prevê a possibilidade de ser imposto um limite anual de 7, 5 por cento à subida das importações chinesas.
É essa cláusula que pode vir a ser accionada tanto pela União Europeia como pelos Estados Unidos.
Contactado pela TSF o Ministério da Economia preferiu não fazer declarações.
CGTP preocupada
A CGTP já disse, esta quarta-feira, que está preocupada com o aumento das exportações de têxteis por parte da China. Carvalho da Silva considera que perante os dados conhecidos, Portugal não pode ficar de braços cruzados.
«Portugal não pode deixar de usar todos os mecanismos que estiverem ao seu dispor nem pode deixar de mobilizar a força social que surge a partir do sector têxtil para o país, esta área continua a ser muito importante não só ao nível do emprego, mas também da produção de riqueza», disse.
O dirigente sindical considera que é preciso defender na União Europeia os interesses dos países mais pequenos e ter uma postura reivindicativa, que deve ir além dos «subsídios aos empresários».
Luta difícil, diz UGT
Também a UGT analisou, esta quarta-feira, a questão com o ministro da Economia. O dirigente sindical João Proença diz que ficou satisfeito com a carta que Manuel Pinho enviou, terça-feira, para Bruxelas para saber o que a União Europeia está a fazer neste domínio.
O líder da UGT reconhece, no entanto, que o papel português não é fácil.
«É uma difícil, há países da União Europeia que privilegiam sobretudo a componente exportadora, nomeadamente a possibilidade de exportarem para a China, como a Alemanha e há outros como Portugal que têm um sector industrial a defender e que não podem aceitar competições desleais», afirmou João Proença.

1 comentario

Camarada Madelino -

Isto é sem duvida um artigo do Chico Gordinho!!